12.06.2014
Num país como o Brasil, multi regional, multicultural, com uma democracia emergente (que certamente evoluirá), com liberdade de expressão, considerar a realização da segunda Copa do Mundo no país um fracasso talvez seja uma conclusão um tanto quanto perigosa.
Imagino que foi muito mais difícil para os brasileiros no final da década de 40, pós guerra, construir o Maracanã, do que agora construirmos 350.000 assentos em estádios. Nove bilhões ou mais, ainda representa pouco para um país que arrecada mais de 1 trilhão em impostos. É bom lembrar que esse dinheiro infelizmente não seria suficiente para resolver, de uma vez por todas, o problema da saúde, da Educação e muito menos da segurança pública.
O sucesso ou o fracasso de uma nação ou até mesmo de um evento promovido pelo país não pode ser avaliado apenas pelas atitudes de quem é contra ou a favor, pelas manifestações (legítimas, por sinal) ressaltadas pela presença de vândalos. A copa é apenas um evento esportivo, que passa. A vida há de continuar com vitória ou derrota da seleção canarinho. Temos que avaliar o sucesso ou o fracasso de onde saímos.
Culpar os processos, a economia, as pessoas, a família, a faculdade, a obesidade, os professores, ou qualquer outra coisa pelo fracasso pessoal ou coletivo, na amargura de alma, é ser leviano, simplista e cognitivamente irracional. O fracasso e o sucesso são dependentes de variáveis, inclusive, de como avaliá-los.
Se está em xeque o sucesso coletivo de um evento ou até mesmo do nosso país, devemos primeiro reavaliar nossas próprias atitudes individualizadas e o que temos nós (cada um) feito para contribuir para criar uma nação verdadeiramente bem-sucedida.Fico com o exemplo daqueles que decidiram, apesar de todas as circunstâncias que envolvem o evento, simplesmente servir. Foram 152.101 inscritos ao cargo de voluntário, o que representou mais do que o dobro de candidatos ao mesmo posto da Copa do Mundo na África do Sul (70 mil) e mais do que o triplo da Copa da Alemanha (45 mil). Entre os estados que não são sede da Copa do Mundo, Goiás ficou em primeiro lugar, com 2.139 candidatos dispostos a ser voluntários.
O VOLUNTARIADO é uma oportunidade de SERVIR sem nenhuma recompensa financeira.
Felizmente, a personalidade jurídica ('seu pensamento') da Associação Educativa Evangélica - AEE prevê em seu ESTATUTO que seus associados dirigentes NÃO podem ser remunerados ou beneficiados. Obrigatoriamente são homens e mulheres oriundos de igrejas fundadoras e que não podem ser patrões de si mesmos. FELIZMENTE os membros da Assembleia geral da AEE comungam dessa ideia. Em sua maioria, independente da lei permitir que membros dirigentes sejam remunerados, a opção é a da não remuneração. São pessoas que trabalham simplesmente pela alegria, a honra, o privilegio de SERVIR a DEUS e a comunidade.
Seremos, enquanto tivermos oportunidade, defensores incondicionais do voluntariado. Na AEE, isso está "visceralmente" ligado à visão missionária institucional e sua confessionalidade, reduzindo disputas por cargos e remuneração.
O fracasso no Brasil não será combatido apenas com a caça inexorável aos políticos corruptos, ou com revoluções e protestos. Isso pode ajudar a reduzir nossos problemas e a injustiça, assim como, por exemplo, o aumento de vagas nos presídios e menor tolerância com a impunidade, Entretanto, não só os brasileiros, mas a humanidade precisa assumir que a civilização plena só ocorre com a revolução interior individual, em que cada um cumpra verdadeiramente o seu papel: O de servir. Seja como professor, médico, aluno, todos, enfim cumpram com o seu dever, amando o que fazem e servindo ao próximo. Essa revolução é possível com ATITUDES tão claras e presentes nos Evangelhos. Enquanto houver quem sonhe com um mundo melhor, mais justo, pessoas dispostas a servir, haverá lugar para o Cristianismo.
Geraldo Henrique Ferreira Espíndola
Presidente da Associação Educativa Evangélica - AEE
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