27/09/2023
Campus Anápolis

A professora do Curso de Ciências Biológicas, Cristiane Moraes, esteve entre os dias 23 e 27 de setembro, no Rio Araguaia, entre Aruana e São Miguel do Araguaia para coleta de dados biológicos e acústicos dos botos que vivem na região. Em agosto, a professora e uma equipe de alunos também estiveram no Rio Tocantins, entre os dias 20 e 27. 

A coleta faz parte de uma pesquisa desenvolvida em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil) e a Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA).

O acordo de cooperação tem diversos objetivos, sendo que um deles é trabalhar na elucidação taxonômica da espécie. A Professora Cristiane Moraes explica o que isso significa na prática: “O boto do Rio Araguaia foi proposto, em 2014, como uma espécie nova, diferente do boto que vive no Rio Amazonas. Entretanto, a Sociedade de Taxonomia de Mamíferos Aquáticos ainda não aceitou essa categorização. Então, nós estamos recolhendo dados biológicos para estudos genéticos, a fim de confirmar que essa é uma espécie endêmica; com distribuição confinada em território brasileiro”. 

A pesquisa

A parceria entre UniEVANGÉLICA e o WWF-Brasil foi firmada em 2021 e a pesquisa já está na terceira etapa. Atualmente ela conta com a participação de cinco acadêmicos do curso de Ciências Biológicas, um de Medicina Veterinária e uma aluna de mestrado, todos com bolsa de Iniciação Científica, fornecidas pelo WWF.  

Outro objetivo da pesquisa é trabalhar com estimativas populacionais ao longo do Rio Araguaia. “Nós realizamos expedições semestrais para contar os animais, com o auxílio de drones, e para avaliar as relações entre seus comportamentos e as atividades de pesca”, explica a professora. 

“Como produto desta parceria, nós publicamos uma cartilha de Educação Ambiental, que tem sido amplamente distribuída para alunos de diferentes escolas das redes estadual e particular, incluindo o Colégio Couto Magalhães”, acrescenta. O material está disponível para download gratuito nos sites da SEMAD e WWF-Brasil.

A pesquisa não tem data para terminar. “O boto do Araguaia foi categorizado, pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2022, como vulnerável à extinção. É uma espécie que requer cuidados e monitoramento contínuo para entender como suas populações têm reagido a diversas interferências humanas”, conclui a professora.

Para o Coordenador do Curso de Ciências Biológicas da UniEVANGÉLICA, Prof. João Maurício Fernandes Souza, a importância da pesquisa para os alunos é muito grande. “Nos cursos de Ciências Biológicas, para além da pós-graduação, a pesquisa tem presença permanente. O trabalho desenvolvido pela Profa. Cristiane Moraes possibilita aos alunos aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, tornando enriquecedora a sua experiência na Instituição. A pesquisa, além de ser uma via para a construção de conhecimento e informações, é base para o progresso humano no mundo científico e tecnológico”.

Para o Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária, Prof. Sandro Dutra e Silva, a pesquisa realizada pela Profa. Cristiane Moraes está em completa adesão aos projetos institucionais de responder demandas sociais com envolvimento com a nossa comunidade. “As questões que envolvem as pesquisas com o boto no Araguaia, além de ampliar o conhecimento sobre ecologia e conservação ambiental, também funcionam como divulgação científica do conhecimento e educação ambiental, ressaltando o valor socioambiental das comunidades ribeirinhas e o patrimônio cultural e ambiental do rio Araguaia”.